domingo, 17 de novembro de 2019

Palatoplastia do Dário

Olá pessoal!
Dário e Selena estão ótimos, se desenvolvendo super bem.
Selena está com 2 anos e 5 meses e o Dário com 4 anos e 6 meses.
Amo demais essa gentinha.
A Selena ainda mama muito mesmo. Confesso que estou cansada! Já tentei várias vezes o desmame, ao menos noturno. Tivemos alguns progressos mas sempre que ela faz um cocô diferente ou começa com uma tossezinha eu enfio o peito na  boca dela e ela vira a noite mamando.
Talvez por isso ela não tem piora, está sempre bem.
Já com o Dário a história é bem mais longa e cheia de detalhes que devem ser registrados.
No final de dezembro de 2018 o Dário foi encaminhado para o otorrino e ele fez exames que comprovaram perda auditiva. Desde que eu estava grávida dele já sabia da possibilidade disso acontecer mas a esperança é a última que morre.
Depois de tantas vitórias e de tantas histórias que não se concretizaram eu tinha motivos de sobra para ter esperanças.
Notifiquei imediatamente à escola porque entendo que isso afeta a dinâmica com que as coisas acontecem lá.
O otorrino queria por um tubinho no ouvido dele para reduzir pressão e recuperar a audição que estava com perda de até 30%. Para colocação do tal do tubo seria necessário sedação e ele sairia sozinho em cerca de 6 meses. Durante o tempo que estivesse com o tubo teria algumas restrições tipo não mergulhar a cabeça.
Teria, inclusive, alguns cuidados até no banho.
Enfim, não colocamos o tubo e nunca mais voltamos no otorrino. Sedação em cardiopata não é legal e não confio em qualquer lugar para sedar ele. Além do mais, o Dário é um excelente nadador e isso tem sido ótimo para todo desenvolvimento motor e cardio dele. Ponderamos bem e não colocamos o raio do tubo.
Levamos ele para várias sessões de osteopatia. A osteopata identificou que ele estava com restrição de mobilidade dos ossos do crânio e atuou nisso.
Foram 4 sessões, na verdade. Tenho certeza que isso fez diferença para o que vou escrever mais adiante.
Junto com as sessões de osteopatia o Dário iniciou tratamento ortodôntico para correção da mordida cruzada. Nos indicaram uma excelente profissional que corrigiu o cruzamento em menos de um mês. Ela colocou a tal da pista plana direta nele, um tratamento sem dor, sem aparelho e só com resina.
Então, em Fevereiro deste ano o Dário já tinha feito as sessões de osteopatia para recuperar a mobilidade dos ossos do crânio e também já tinha rotacionado a mandíbula para correção da mordida cruzada.
Não repetimos o exame do otorrino, nós já estávamos com uma agenda bem puxada com todas as sessões e eu realmente não estava interessada em por o tubo pelas razões expostas acima.
Com a mandíbula posicionada corretamente ele ficou com o estímulo certo para o desenvolvimento do osso nasal. A mordida cruzada inibia o desenvolvimento do osso porque ficava o tempo todo "dando soquinho" nele. Não consigo explicar de forma melhor.
Ele ficou assim, de mordida certa e com os ossos sem restrição de mobilidade de Fevereiro à Julho, quando retornou à consulta da plástica em São Paulo. O cirurgião ficou impressionado sobre como a fenda tinha diminuído de tamanho.
Será que a pista plana direta mais as sessões de osteopatia auxiliaram na rapidez com que o osso nasal se desenvolveu e a fissura diminuiu? Acredito que sim.
O formato do rosto mudou, o queixo e o nariz. É muito impressionante o que o estímulo certo pode fazer nessa fase em que as coisas naturalmente já acontecem rápido.
Então o cirurgião disse: "Podemos fechar agora o palato!"
Confesso que meu coração parou por alguns instantes. O espírito saiu do corpo. Respirei fundo e perguntei: "Agora quando?"

Setembro. 

Passa um filme na cabeça. Quem acompanhou um pouco da nossa história deve imaginar um pouco. Foi tenso tudo que passamos nas internações dele. Por mais que a cirurgia de fechamento do palato seja simples a gente entende minimamente os riscos por conta da cardiopatia.
Fiquei algumas semanas digerindo a notícia. Estava meio que empurrando com a barriga fazer os exames pré operatórios. Estávamos em julho e a cirurgia seria em Setembro, tinha tempo.
Até que os médicos começaram a fazer pressão para eu tirar a minha vesícula que está cheia de pedras.
Nem ferrando que eu tiro, se eu tiver qualquer tipo de complicação iria comprometer tudo que ainda precisava fazer para o Dário.
A retirada da vesícula é outro procedimento que dizem que é tão simples mas tudo tem um componente de risco e eu realmente decidi focar no Dário. Dei um gás nos exames dele e agendamos a cirurgia para o dia 26 de Setembro.
Infelizmente, tivemos problemas com o Bradesco que não autorizou o procedimento. Nada que uma ligadinha na ANS não resolvesse. Então, a cirurgia foi reagendada para o dia 17 de Outubro.

Entrei com ele no centro cirúrgico. Mesmo esquema de sempre. Só que dessa vez conversamos bastante. Agora ele entende. Tirei foto do buraquinho da boca dele e expliquei para ele o que o médico iria fazer.
Na verdade, já estávamos tendo essa conversa há alguns dias. Ele sabia que tinha um buraquinho na boca que atrapalhava em algumas coisas como tocar flauta e usar canudo. 
Ele sabia que ficaria com dor mas expliquei bem que estaríamos o tempo todo com ele.
Ficamos quase uma hora até nos chamarem para entrar na sala de cirurgia. Ele estava em jejum, mas não reclamou. Brincamos e conversamos bastante.
Quando nos chamaram fui com ele e o coloquei na mesa. Começaram a colocar alguns aparelhos nele explicando para ele o que era tudo aquilo.
Ele ficou bem quieto observando tudo.
Depois vieram com a máscara com gás para sedação.
Ah gente, segurei firme hein... Volta um filme de terror... Fiquei conversando e brincando com ele, ele respirando fundo aquele gás.
Quando ele apagou eu desabei no choro. Pronto, agora podia chorar.
Saí de lá por volta de 8 e pouco da manhã com a orientação de aguardar até me chamarem.
Estava vesga de fome porque entrei no jejum com ele mas não consegui comer.

Me ligaram perto do meio dia. Disseram que já tinham terminado a cirurgia e que podia ir vê-lo. Entrei no centro cirúrgico, na sala de pós operatório e ele estava encolhidinho ainda sob efeito da sedação. 



Peguei ele no colo e fiquei fazendo reiki nele. Fiquei assim com ele por mais de 3 horas até ele acordar totalmente e o liberarem para ir para o quarto. Ele estava com muita fome, logo trouxeram comida para ele e ele comeu tudo. Fiquei muito impressionada, nem parecia que estava com a boca toda costurada.


Voltamos para casa no dia seguinte. A cirurgia poderia até passar desapercebida para uma pessoa mais desatenta que não notasse o lábio um pouco inchado. Ele estava alegre, tagarela e brincalhão. A fala teve um pouco de piora nos primeiros dias mas logo voltou ao normal. 

 



Quero agradecer muito à todos os profissionais que cuidaram do Dário durante o tempo que ficou no hospital. Felizmente o nosso convênio cobriu tudo nesse hospital que é tão bom, o Beneficência Portuguesa de São Paulo. Tem excelente estrutura e excelentes profissionais. Além do mais, todo tratamento de correção do coração dele também foi feito lá.
Abaixo fotinha das enfermeiras Eler e Márcia. Tenho baita admiração por elas, cuidaram muito do Dário desde a época das cirurgias do coração. Elas e toda a equipe da enfermaria. São excelentes profissionais e, acima de tudo, tem um baita amor por essas crianças.









Também tenho que agradecer muita à minha irmã Bianca que ficou cuidando da Selena enquanto estivemos fora e depois nos cuidados pós operatórios do Dário. Sua ajuda foi essencial para que tudo corresse bem.


Amo demais meus filhos e, apesar de todos os imprevistos deste ano foi muito bom poder ter essa etapa cumprida. Essa cirurgia foi antecipada em um ano de acordo com a programação inicial do cirurgião mas só tivemos ganhos em antecipá-la.
É muito bom ver as crianças se desenvolvendo tão bem.

 

Te amo meu peixinho