quinta-feira, 30 de abril de 2015

Urina de 24 horas

Estou aqui me "divertindo" com esse exame. Isso porque tenho que ficar 24 horas urinando num frasco que o laboratório me deu. Se eu esquecer e urinar fora tenho que começar tudo de novo.
Ou seja, melhor eu ficar em casa, se eu tiver que sair daqui vou ter que andar com o frasco na bolsa.
A médica pediu esse exame para ver se não estou com pré eclampsia. Ela disse que é uma doença bem silenciosa e ela prefere pecar pelo excesso.
Felizmente estou tendo a possibilidade de trabalhar de casa, isso facilita coletar esse material. Vou coletar tudo e levar amanhã de manhã no laboratório. Ele abrirá mesmo sendo feriado do dia do trabalhador.
O frasco tem que ficar na geladeira, sempre que vou ao banheiro tenho que lembrar de pegá-lo. Tomara que eu não esqueça nem uma vez.
Depois de coletado todo o material não sei quanto tempo leva para o laboratório analisá-lo. Espero que seja rápido porque estou com medo dessa pressão tão alterada. A médica queria me dar atestado para ficar afastada do trabalho mas eu falei para ela que está tranquilo porque estou trabalhando de casa e isso ameniza bastante o estresse.
Em casa posso trabalhar sentada na bola de pilates, não tem barulho, conversação, sapato apertando meu pé inchado, posso esticar o corpo na cama de vez em quando (até tirar um cochilo quando o sono apertar), posso almoçar a hora que quiser e o que quiser. Um paraíso
Putz, já estava indo para o banheiro sem o frasco. Ia perder 4 horas de coleta. Será que eu vou lembrar de pegar esse frasco todas as vezes que for sonambulando ao banheiro durante a noite?
Retomando: a parte mais legal de trabalhar em casa é não ter que ficar com as pessoas chatas do meu trabalho. Elas me irritam de verdade e deve ser isso que está fazendo minha pressão subir.
É claro que isso não é verdade. O pessoal lá me surpreendeu de verdade, desde o começo, quando contei que estava grávida. Não sei nem o que dizer para agradecer todo carinho. Eu poderia ter sofrido muito mais se não tivesse ao meu lado as pessoas certas.
Sobre a pressão subir agora parece que não tem muita explicação. Não dá para saber exatamente o que está fazendo ela subir. Eu sempre fiz muita atividade física, sempre me alimentei bem e sempre cuidei da minha saúde. Talvez seja algo emocional mesmo, dado que o parto está se aproximando.

Frasco de 2 litros (são dois frascos)

 
Lembrete


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Meus corações

Na noite passada sonhei que estava com 43 semanas. Quando a gestação passa de 40 semanas os médicos já começam a entrar em pânico. Falei para a médica ontem desse sonho e ela riu.
É que a obstetra inicial sempre faz algum comentário do tipo: "Se desse para ele ficar aí para sempre, não é?" ou "Se não precisasse cortar o cordão!".
Isso porque enquanto ele está dentro da barriga ele está bem. O corpo dele já recebe o sangue oxigenado através da placenta e cordão, então ele se desenvolve bem dentro da minha barriga, porque minha placenta e cordão são ótimos.
Eu sempre tento não colocar intensidade nesses comentário que ela faz mas no fundo eu sempre absorvo algo. Por isso veio o sonho de estar com 43 semanas. Isso não vai acontecer, ele vai ter que nascer antes disso e está cada vez mais perto.
Ontem foi a consulta com a obstetra que a doula indicou. A doula foi junto. Fiquei prestando atenção em tudo. O consultório é uma gracinha, pequeno e decorado. Limpo e ajeitado. O consultório da cardiologista que fui fazer o ecocardiograma é meio baixo astral, mas essa cardiologista é a melhor, adorei ela desde o começo.
Entramos no consultório da obstetra e a recepcionista parecia aquelas recepcionistas de clínica de estética, toda produzida e maquiada. O meu preconceito já começou aí. Depois estávamos sentadas aguardando a consulta e a médica entrou na sala para conversar com a recepcionista. A médica estava de mini saia, daí o preconceito aumentou mais ainda.
Logo a médica nos chamou. Viu que estou em estado avançado de gestação e já foi perguntando o motivo de querer mudar só agora. Contei a novela para ela. Conversamos bastante.
Essa médica é meio endeusada, todas as pessoas olham para ela com admiração demais. Eu sempre lembro do que um amigo meu sempre dizia: a maioria é burra.
Ele queria dizer que quando muitas pessoas concordam cegamente em um ponto há um erro. Ela não está pensando direito. Ela ficou cega.
Por outro lado, é exatamente isso o que eu preciso, confiar em alguém. Não dá para carregar tudo sozinha e eu não tenho como avaliar muitas coisas. Mas entrei num estado de descrença enorme sobre esses médicos.
Não sei mais o que pensar, não sei se quero pensar e não sei se consigo pensar. Parece que minha cabeça está parando de funcionar direito. Sinto muito sono e esqueço demais das coisas. Tem hora que sinto tontura e a visão fica embaçada. Tem hora que dá vontade de deitar no chão mesmo e dormir.
A médica foi atenciosa. Conversou bastante comigo. Mas eu olhava para ela e pensava: "Será que ela está tentando me enganar?". Tinha um capetinha e um anjinho do lado da minha cabeça sussurando coisas no meu ouvido, mas eu não estava conseguindo distinguir a voz deles.
É difícil confiar mas eu preciso confiar em alguém. Me sinto cansada. Esse pré natal tem sido uma maratona e tanto. E o que vai vir depois?
É outra coisa que bloqueei dos meus pensamentos, o depois. Não dá para prever. Isso ajudou muito a enfrentar os dias que se seguiram ao ultrassom morfológico. Mas há uma questão aí, e se ele for totalmente dependente? Se for operado e ficar com as sequelas que o Osvaldo ficou? Seria um bebê totalmente dependente. Eu iria poder continuar trabalhando?
É melhor continuar eliminado esse pensamento. Ele não traz nada de bom.
A médica foi medir minha pressão e ouvir o coração do Dário. A pressão estava alta, 14 x 8. Ela assustou, pediu para monitorar por 3 dias, se passar disso tem que correr. Depois ela foi ouvir o coração dele e também assustou porque estava muito fraco. O coração do bebê sempre é rápido e o dele estava super devagar.
Me colocou num aparelho que ficou monitorando o coração dele por 15 minutos e fazendo aqueles risquinhos num papel. Coisa que só tinha visto em filmes até então. Nesse intervalo de tempo o coração dele oscilou bem entre 110 e 170. Ela disse que estava normal. Não vou me preocupar, não vai ajudar em nada.
Tenho dois corações. Um dentro do peito e outro dentro da barriga. Como será que é esse dentro do peito? Ninguém olhou para ele até agora. Estou me segurando para mantê-lo inteiro mas sempre parece que ele vai se partir em mil pedaços.
De repente eu sou mais cardiopata que o Dário.
Dentre a médica de ontem e a médica inicial eu prefiro a de ontem sim. A inicial pisou na bola demais, mas não sei como a de ontem teria reagido se fosse ela desde o começo.
A diferença agora que é essa médica não pode me decepcionar porque não sei se de fato estou esperando algo bom de algum médico. Eles foram todos muito cruéis desde o começo.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Contrações de treinamento

Fui na obstetra e ela perguntou se estou tendo as contrações de treinamento. Falei que não, disse que só tenho tido cólicas. Para minha surpresa ela disse que essas cólicas são a contrações de treinamento. Será mesmo?
Algumas pessoas me surpreendem com coisas tão maravilhosas que fico sem saber como reagir. É impressionante como o ser humano é capaz de nos surpreender, tanto para o lado bom quanto para o ruim. Ultimamente tenho recebido muitas coisas boas de várias pessoas e isso faz toda diferença.
Agora não tem tido mais tantos altos e baixos, as coisas se estabilizaram bem. Ainda não sei como será quando ele nascer, mas isso não é um preocupação de agora. Nem os médicos conseguem prever isso.
A médica disse que é bom ter as contrações de treinamento que elas ajudam a ir afinando o colo do útero e isso prepara o corpo para o parto. Se não acontecer isso antes não tem problema, na hora do parto vai acontecer mas o parto vai ser mais demorado. Pelo menos foi isso o que ela me disse hoje.
Ela ainda não fez o tal do exame do toque para avaliar como está o colo do meu útero. Ainda bem, dizem que esse exame é horrível.
Amanhã será a consulta com a médica que a doula indicou. Sei não se vou gostar dela. Estou tão descrente com todos os médicos. Gostaria realmente de encontrar algum médico que eu pudesse confiar, me sentir segura mesmo, mas está difícil. Acho que ela vai ser mais uma que só quer arrancar dinheiro das pessoas. Tomara que eu esteja enganada.
Eu fiquei 5 minutos agora pensando no que mais queria neste momento e não veio nada na minha cabeça. Tem coisas que são do jeito que são e ponto. Eu sempre fui uma grande inconformada com tudo, sempre quis mudar tudo, mas não é bem assim que as coisas funcionam. Precisava passar por várias coisas para enxergar outras tantas.
Que o Dário venha e continue nos ensinando tanto quanto já nos tem ensinado.

domingo, 26 de abril de 2015

Caça ao jornal


Foi assim que nós divulgamos a gravidez. Eu já estava de 12 semanas. Como tinham passado as semanas criticas pensamos que estava tudo certo.
Mas, 9 semanas depois vieram as surpresas. Descobrimos a cardiopatia, o lábio leporino e a fenda palatina.
Depois que aconteceu tudo isso vira e mexe o Felipe chegava e falava em tom de brincadeira que estávamos passando por isso por não sermos casados. Estamos juntos desde 2007 e fizemos a união estável no cartório, mas o casamento não.
Como ele estava insistindo muito nisso fomos lá marcar a data. Ficou para o dia 9/5/15, vamos só fazer o registro no cartório e nada mais. Isso se o Dário não inventar de nascer antes.
Então descobrimos que no dia 21/4/2015 nossos nomes iriam sair no diário devido a pretensão de nos casamos. Eu queria um exemplar desse jornal para guardar de recordação.
No dia 21 eu acordei cedo e era um feriado em plena terça feira. Fui fazer várias coisas, como sempre. De repente me toquei que era o dia da publicação no jornal. Sai na rua e fui em todas as bancas de jornal procurando alguma que estivesse aberta. Fui em várias, todas fechadas. Achei duas abertas e nas duas não tinha mais nada porque haviam recebido poucos exemplares.
Desisti. Fui num quiosque tomar um caldo de cana e encontrei um exemplar do jornal dando sopa lá. Pedi a folha com nossos nomes e me deram. Quem nega o pedido de uma grávida?
Agora tenho essa folha comigo. Espero que dê tempo de nos casarmos e vai ser engraçado. Engravidou tem que casar, não é assim?
Se ele nascer antes tem como remarcar para outra data. Mas ele vai esperar sim.


sábado, 25 de abril de 2015

Dário crescendo

Falam tanto do risco de ter diabetes gestacional que parece que é bem comum ter. Eu lembro que minha mãe teve na sua última gestação e ela tinha que controlar bem a alimentação evitando vários tipos de alimentos. Lembro que ela ficava indignada porque até o trigo tinha que ser controlado. Mas é assim mesmo.
Logo no início da gestação fui em uma nutricionista, ela viu minha rotina alimentar e disse que não precisava alterar nada. Eu já estava bem regrada com tudo. Mas quando falei do caso da minha mãe ela achou melhor reduzir um pouco das frutas por dia. Porque fruta também tem açúcar. Que perigo, hein?
Eu que sou apaixonada por suco de frutas! Faço uma jarra e tomo toda sozinha. E sempre misturo de tudo um pouco do que encontro pela cozinha. Adoro sucos com gengibre, maracujá, banana, agrião, açaí, limão, melancia, beterraba, cenoura, tudo.
A nutricionista frisou bem para maneirar no suco. Principalmente o suco de laranja.
Nutricionista: "No copo de suco de laranja vão quantas laranjas? Muitas."
Que perigo, hein? Laranjas abomináveis.
Fiz exame de sangue nessa semana e me surpreendi pois estou com hipoglicemia e começo de anemia. O guri suga tudo e mais um pouco mesmo. Vou caprichar em tudo o que eu tenho direito nessas últimas semanas de gestação. Também vou ficar mais de olho enquanto estiver amamentando porque produzir leite consome muitos nutrientes do corpo, equivalente a fabricar um filho.
Será que esse é o motivo da dor de cabeça constante? E das vistas embaçadas? O Felipe disse que passei mal depois de comer a tortinha de limão porque daí minha glicose subiu com tudo. Não sei como é, vou levar os exames para a médica ver na segunda. Só fico com receio de desmaiar na rua.
Fizemos o ultrassom com doppler nesta semana. Deu para ver que ele fica exercitando a musculatura da respiração, achei um barato.
Nesse local que fizemos o ultrassom eles gravam o áudio da sala, então fica bem legal mesmo. Fica tudo registrado. Ia ser mais legal se coincidisse com ele soluçando. Talvez nem mudasse muita coisa que essas imagens são tão ruins que não entendo a maioria delas. Teve uma hora que ela mostrou o pé dele, eu consegui ver, mas quando ela mostrou o rosto eu fiquei boiando.
O peso e comprimento estimados estão dentro da média. Tudo indica que nascerá num peso bom. Espero que ele não invente de nascer antes porque quero ele a maior quantidade de tempo possível comigo para se fortalecer mais para tudo o que terá que enfrentar após nascer.
Nesse ultrassom a médica viu que a cabeça dele já está bem no pé da minha barriga. Tomara que continue assim para facilitar para o parto normal. Se no dia ele não estiver na posição cefálica vão usar isso como desculpa para não fazer parto normal. Não quero fazer cesárea mesmo. Como vou correr com esse bebê para cima e para baixo com a barriga toda remendada? Dizem que na hora a gente encontra uma força que nem imaginava que tinha, eu espero encontrar essa força mesmo mas na hora do parto normal.
O polidrâmnio também não está evoluindo. Ainda bem, fiquei preocupada. Polidrâmnio é quando a quantidade de líquido começa a aumentar demais, isso pode provocar o parto pré maturo.
Esse é o vídeo do ultrassom, para quem quiser se aventurar a tentar entender alguma coisa. Ele está com o áudio da sala.


Na terça vou visitar a médica que a doula indicou. Será que vou gostar dela? Será que ela também vai ficar com medo de fazer o meu parto? São dúvidas ainda. Na terça vou saber a resposta.






quarta-feira, 22 de abril de 2015

Visita da doula

Eu não imaginava que o nome desse blog fosse fazer tanto mais sentido do que já fazia antes.
Agora tenho uma bagagem enorme da falta de sensibilidade dos médicos para lidar com uma situação tão delicada como essa.
Gestante já é um barril de pólvora tendo uma gestação tranqüila, o que acontece se bombardeiam a cabeça dela com um monte de informação que ela nunca sonhou que pudesse ter que receber?
A primeira coisa absurda e sem necessidade nenhuma que me disseram foi que ele tinha uma síndrome incompatível com a vida e que eu teria que interromper a gestação. Nem tinha como ter certeza disso no dia e ninguém tinha que me falar nada sobre interrupção antes de ter certeza de qualquer coisa. Além do mais, interromper ou não seria uma decisão nossa, ninguém tinha que falar assim no imperativo, do tipo: você tem que fazer isso e ponto.
Meus pés estão inchando demais. Poucos calçados estão servindo. Não vou comprar novos porque falta pouco tempo agora. Hoje uma mulher estava me falando que quando o corpo desinchar é porque ele vai nascer. Não sabia que tinha uma regra para isso.
Sempre que eu olho para a linha da minha barriga vejo que ela tem uma curvinha que começa abaixo do umbigo. Começa reta, depois tem uma ondulação e daí continua reta de novo. Daí eu olho e penso:  deu bug alí naquele ponto. Igual bug de programas de computador.
Por essa linha a médica mede a altura do útero. Lembro que demorou um tempão até ela chegar no umbigo e depois subiu retinha de uma vez. O bebê cresce mais no final mesmo.
No domingo recebemos a primeira visita da doula. Ela já veio preparada para falar sobre a importância de contratar uma equipe para o parto. Ter uma equipe de confiança eu acho importante mesmo, o problema está sendo eu confiar em alguém. Ela insistiu que eu desse uma chance a mais uma médica e marcasse uma consulta com ela. Decidi fazer isso mas estou com pouca esperança que vou confiar em algum médico para fazer o meu parto. Por isso que já havia decidido fazer com o plantonista mesmo, porque eu estaria trocando 6 por meia dúzia sem a dor de cabeça da caça ao médico.
É que cansei de consultas. Esses médicos não tem delicadeza mesmo. A cardiologista disse que nenhum obstetra vai se sentir confortável com um parto de um bebê cardiopatia e eu acho que todos vão ficar com pelo menos uma pontinha de receio de algo dar errado mesmo.
"Ele não pode sofrer no canal. Se não for parto quiabo vai ter que ser cesárea."
E se eu não for mais em consulta nenhuma e só aparecer na maternidade quando ele estiver nascendo? Por esses médicos eu já teria uma cesárea marcada para daqui 10 dias.
Eles querem marcar cesárea por pura conveniência da parte deles. Eu não quero ficar toda costurada depois e ainda ter que correr para cima e para baixo com um bebê que vai exigir muito cuidado. Não adianta me falar que na hora a gente encontra uma força que nem imaginava que tinha... Na verdade eu espero encontrar essa força sim na hora do parto caso não seja um parto quiabo que o bebê simplesmente escorrega rapidinho.
Amanhã vou fazer vários exames de sangue e urina. Fazer jejum é tranquilo, o complicado é coletar urina de pelo menos 4 horas. Dá vontade de ir ao banheiro toda hora.
Também tenho que fazer o tal do exame do estreptococo. Esse exame é feito no final da gestação. Se a gestante tiver essa bactéria na região da vagina ela pode contaminar o bebê na hora do parto, então é bom ver se está tudo certo.
E vamos que vamos. Agora falta pouco.


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Estou estressada

Credo, estou tão estressada. Deve ser porque ontem foi um dia meio morto, não fiz nada de significativo. Fiquei com as vistas super embaçadas então fui dormir.
Tenho isso desde criança, se como doce demais e fui inventar de comer uma torta de limão antes do almoço. Fiquei o resto do dia com mais dor de cabeça do que já estava sentindo desde quinta a noite. Estraguei o domingo com isso.
Não sei como tem gente que consegue ficar o dia todo na cama sem peso na consciência. Uma vida toda para ser vivida e eu lá deitada com dor de cabeça.
Vou correr, fazer musculação e nadar. Ficar de cabeça para baixo. Tenho que acabar com esse estresse para não ser grossa e intolerante com as pessoas.
Estava pensando ontem que se a gestação extrapolar 40 semanas vai começar uma pressão gigante para eu marcar uma cesárea. Não quero mandar ninguém para o inferno mas talvez seja necessário.
Qualquer coisa eu sumo e só apareço quando ele estiver nascendo. Uma hora ele vai nascer.
A última coisa que eu quero é pessoas me tirando do sério. Já basta todo terrorismo que os médicos fizeram dizendo que ele ia morrer ou dentro da barriga ou após nascer.
Ele não ia morrer mesmo? Por que toda essa preocupação em marcar uma cesárea para que ele viva? É mesmo esse o melhor caminho? Bando de médico incoerente e sem um pingo de sensibilidade.
Chega de falar amém para esses médicos. Chega de me desgastar com o que eles dizem.
Não só eles. Não quero ninguém me assustando mais.


sábado, 18 de abril de 2015

Carro riscado

Quantas vezes eu falei para o Felipe que tinha a sensação de estar vivendo a vida de outra pessoa?
"Uma hora ela vai descobrir que eu que estou vivendo a vida dela e vai tirar tudo de mim, minha casa, minha profissão, meus amigos, meu diploma, você, tudo"
É isso o que acontece quando se tem muito mais do que todos imaginavam que eu teria, mesmo não tendo tanta coisa assim.
De repente as coisas viraram do avesso de novo. Mergulhei numa tristeza profunda quando os médicos disseram dos problemas do bebê. Primeiro foi aquela história de ele possuir uma síndrome incompatível com a vida. Foram dias terríveis.
Eu acho que assumir uma postura positiva mudou tudo. Também tem o fato de muita gente estar torcendo para tudo dar certo. Isso é bem evidente. Tanta energia positiva deve atrair coisas boas porque entramos numa fase mais leve e cheia de surpresas boas. Teve até uma ótima proposta de emprego que o Felipe recebeu recentemente.
Não dá para controlar tudo, tem sempre alguma coisa nova acontecendo. Mas a sensação que deu disso tudo é que atitudes positivas atraem novidades positivas. Por isso estou desacreditando muito que essa história vai ter um final triste. Acho que muita coisa boa ainda vai acontecer. Mesmo que eu tenha amassado o carro no portão hoje, isso é o de menos. Isso não é nada perto do fato de eu ter um carro e poder dirigir.
Quanto mais coisas inserimos na nossa vida mais riscos estamos sujeitos. Eu poderia nunca ter um filho e nunca ter um carro. Assim estaria me privando de muita coisa também.
É melhor estar ciente dos riscos que assumimos com nossas escolhas. Eu não estava ciente dos riscos de ter um filho cardiopata, por isso foi um choque. Mas pode acontecer com qualquer um.
Daí veio o medo mais terrível e abominável de todos: será que eu vou conseguir gostar dele?
Será que eu gosto do meu carro amassado e riscado?
Como medir minha capacidade de amar?
Então eu só aceito o que é lindo e perfeito?
Essa foi a maior de todas as descobertas. Descobri que não vou deixar de amar meu filho porque ele nasceu com o lábio leporino da mesma forma que nunca deixei de amar o Felipe porque ele tem o nariz torto. Na verdade eu demorei mais de um ano para notar o nariz dele e ele é muito mais que um nariz.
Meu filho vai ser uma mistura minha com ele. Tem hora que eu olho para ele e penso no quanto o amo e o quanto não faz sentido esse amor tão grande não gerar uma criança linda e maravilhosa.
Ele sempre será lindo e maravilhoso. Ninguém vai mudar isso. Muitas pessoas olham para o Felipe e vêem só um cara comum, eu vejo o cara que eu não consigo ficar mais de 5 minutos olhando sem querer grudar nele e não soltar mais.
Assim será com o meu filho, será a criatura mais preciosa do mundo.

De olho na pressão

Eu desci do ônibus e sai caminhando pela rua. Pensei em como estaria caminhando aquela rua se não tivessem me dito nada.
"Eu não estaria caminhando, estaria saltitando de alegria."
Certamente estaria me sentindo muito mais leve e feliz. Todas as preocupações estavam tornando meus dias muito pesados.
"Eu quero me sentir assim. Não vai ajudar em nada eu sentir qualquer coisa diferente disso e assim vai ser muito mais fácil."
Foi aí que eu achei um botão na minha cabeça que eu tirei do modo "tensa e preocupada" para o modo "quero que todos se explodam e me deixem em paz". Funcionou direitinho. Até demais.
Tanto é que aquela dica de me blindar de comentários desagradáveis está funcionando perfeitamente também. Não quero ninguém mais propagando o pânico para o meu lado. Foram semanas até eu adquirir serenidade para finalizar minha gestação do jeito que sempre sonhei. Ninguém vai tirar isso de mim.
Não entendo esse drama todo em torno de parir. Eu não tenho isso. Não preciso disso. Não quero isso. Já passei por tanta coisa muito mais assustadora que isso e saí inteira. Não quero me desgastar me preocupando com isso.
Minha cabeça começou a doer muito na quinta a noite. Nunca tinha ficado assim. Fui medir a pressão e estava 14 x 8. Levei um batia susto porque minha pressão sempre foi 9 x 6. Não sei se a dor de cabeça é por causa disso mas achei melhor cortar todos os alimentos que podem fazer a pressão subir e ficar de olho nela. Agora a dor está mais leve, mas ainda dói.
Fui nadar um pouco hoje para refrescar. Atividade física também ajuda a regular a pressão. Foi ótimo.


Ele tem mexido demais mesmo. Está mexendo cada vez mais forte. Isso é muito bom.
O Felipe é um anjo. Não poderia ser melhor. Ele do jeito que é faz toda diferença. Não sei como estaria agora sem ele.

terça-feira, 14 de abril de 2015

A extracorpórea

Quando eu lembro da Bruna de exatamente um ano atrás eu fico surpresa em ver como ela mudou. Na verdade toda a realidade dela mudou. Muitas coisas que não faziam parte da minha rotina agora estão presentes no meu dia a dia. Foi uma mudança bem brusca e já seria assim se essa não fosse uma gestação dita de alto risco.
Vai um tempo para se adaptar quando se sai de uma realidade e mergulha em outra. Foi como se eu tivesse uma terceira orelha na testa e tivesse que aprender a conviver com ela e com tudo o que ela implica de alteração na minha vida.
É claro que meu filho não é uma coisa tão bizarra quanto seria uma terceira orelha assim, mas ele já trouxe inúmeras grandes mudanças. No começo foi uma mudança super empolgante, depois se tornou uma mudança super triste e assustadora. Agora só é uma terceira orelha que está lá e ponto. Não me impressiona mais nada. Mudanças inéditas e que já foram absorvidas pelo meu consciente.
É por isso que sempre digo que desencanei e não vou ficar mais me descabelando por nada. Acabou. Já entendi que tem muita coisa que eu não posso controlar e entender. Vai ser um passo de cada vez sem sair correndo freneticamente tentando resolver tudo.
Hoje fui fazer o último ecocardiograma do Dário antes de ele nascer. Fiquei conversando com a médica que fez o exame, ela é a melhor médica que me acompanhou nesse pré natal maluco. Ela ficou animada quando viu como o coração dele evoluiu, disse que as artérias estão evoluindo bem e era isso que mais a preocupava.
Ela me falou que apenas cerca de 10% das cardiopatias são descobertas durante o pré natal. Fiquei pasma porque é muito pouco. Muitas vezes as cardiopatias não são descobertas por causa da qualidade dos aparelhos que são utilizados nos exames, mas também acontece muito da incompetência do profissional que realiza o exame impedir que algum problema seja identificado de início.
Ela só entrou nesse assunto porque comentei com ela do menino que conheci no consultório do cirurgião cardíaco. O pré natal dele foi completo, com todos os exames que recomendam, mas só descobriram o problema dele após o nascimento. Ele operou e depois ficou cego. Quando comentei isso ela disse que conhecia esse caso também. Ela e o cirurgião trabalham meio que juntos, sempre conhecem o caso um do outro.
Bruna: "Por que ele ficou cego?"
Daí veio a resposta para tão intrigante acontecimento. Dependendo da cirurgia a ser realizada no coração o paciente deve ficar na extracorpórea. Isso o cirurgião me falou no dia e meu coração gelou porque eu já tinha ouvido falar desse negócio.

"Circulação Extracorpórea consiste na substituição temporária das funções de órgãos vitais de um paciente, como coração e pulmão, quando eles estão inoperantes durante uma complexa cirurgia cardíaca, por exemplo. Ela é utilizada em mais de 80% das cirurgias cardíacas, podendo também ser empregada em cirurgias intracardíacas, transplantes ou quimioterapias isoladas de membro."
Fonte: Wikipédia

Infelizmente a extracorpórea está associada a alguns riscos, inclusive de coagulação do sangue. Se o sangue coagular não se sabe para que local do corpo o coágulo irá. Dependendo do local pode não ter problemas. O coágulo também pode ser dissolvido pelo organismo sem gerar problema algum para a pessoa. No caso do menino o sangue coagulou e o coagulo foi para o cérebro, o pior lugar possível. Ele foi parar numa região que afetou a visão do bebê, por isso ele ficou cego. O pior, que eu não sabia, é que ele havia perdido os movimentos do lado esquerdo do corpo também, mas depois recuperou.
A médica disse que o que aconteceu com ele é muito raro de acontecer, que eu não deveria me preocupar com isso. Existe a chance de acontecer isso mas é muito pouco provável. Ela disse que se ele não tivesse operado ele iria morrer, porque ele estava tendo muitos problemas devido a cardiopatia dele. Ela acredita que como ele ainda é um bebê ele ainda pode se recuperar dessas sequelas, assim como recuperou os movimentos do lado esquerdo do corpo.
Eu não sou especialista em nada disso, só estou registrando o que vi e ouvi.
Tudo na vida tem um componente de risco. Até ir ao supermercado envolve vários riscos que a gente nem imagina.
E se nada disso estivesse acontecendo, eu tivesse um bebê lindo e perfeito, sem problema algum, mas com alguns meses ele desenvolvesse leucemia? A gente nunca tem garantia de nada e estamos sujeitos a tantas coisas malucas.
A verdade é que ninguém vive um sonho ou conto de fadas. As pessoas tem a tendência de achar que a realidade delas é pior que a do resto mas não é bem assim. Nunca sabemos exatamente o que as pessoas carregam também, por isso é sempre fácil tirar conclusões precipitadas.
Eu vou continuar fazendo tudo o que estiver ao meu alcance para prosseguir com uma consciência limpa. Não vou mais me aborrecer por nada e nem ficar lamuriando a minha vida. Com certeza tudo poderia ser muito pior e sempre tem muitas coisas boas acontecendo que compensam todas as coisas que não acontecem exatamente como gostaríamos.


Quando cortar o cordão?

Fiquei pensando nisso. Se o cordão ainda está pulsando e não é cortado então o bebê ainda está recebendo sangue exigenado por ele. Se ele está recebendo sangue exigenado então eu posso pegá-lo após o parto?
Eu quero muito fazer isso. Não sei como vai ser se ele for mesmo para a UTI, acho que não dá para ficar pegando o bebê no colo enquanto ele estiver lá porque não sei quais aparelhos estarão conectados à ele.
Perguntei para a médica se ela faz o clampeamento tardio do cordão, daí ela respondeu que o cordão fica pulsando só por um minuto. Pode nem chegar a um minuto e durar só uns 30 segundos.
Como ele é cardiopata pode ser que o coração dele não dê conta do recado após o parto. Por isso ele vive super bem na barriga, porque a placenta e o cordão que mandam o sangue oxigenado para ele. O coração bate mas não precisa oxigenar o sangue, só bombear para o corpo, principalmente porque ele ainda nem está respirando. Se a placenta e o cordão ainda estiverem funcionando então ele não precisa ir correndo para a UTI?
Achei estranho a médica falar que pode não chegar nem a um minuto. Sempre ouvi falar do clampeamento tardio com cerca de 3 minutos de espera.
Nesta noite eu sonhei que eu acordava e minha barriga estava cortada e não tinha mais o bebê dentro. Daí eu ficava desesperada querendo saber o que tinham feito com ele. Diziam que ele estava no UTI e não podia receber visitas. Fiquei chorando tentando encontrá-lo mas eu não sabia nem em que hospital ou maternidade ele estava. Fiquei muito tempo chorando, correndo, perguntando para várias pessoas como eu fazia para vê-lo mas ninguém me falava.
Teve uma hora que até meu pai apareceu no sonho, daí eu lembrei que quando visitei a maternidade me disseram que só os pais e avós podem visitar o bebê na UTI.
Bruna: "Você viu ele?"
Meu pai: "Vi."
Bruna:  "Como ele é?"
Meu pai: "Feio."
Que sonho horrível. Parece que durou horas e eu não parei um segundo de chorar durante todo o sonho. Lembro da minha barriga cortada e do desespero de não saber nada dele, nem poder vê-lo.
Acordei no meio da noite com vontade de ir ao banheiro novamente e meu cabelo e travesseiro estavam encharcados de choro.
Bando de monstros esses médicos que só fazem terrorismo comigo. Aposto que essa médica tosca falou um minuto porque ela nunca deve ter esperado mais tempo que isso para clampear o cordão e cortar. Depois ainda ficou me falando que na UTI neonatal tem o buraco que dá para colocar a mão no bebê. Eu não acredito que ela falou isso com tanta naturalidade e como se isso fosse exatamente o que eu precisava ouvir para me confortar porque isso está longe de ser a mesma coisa que pegar o filho no colo.
O mais ridículo dela foi que nessa consulta quem foi comigo foi a noiva de um primo meu. O Felipe não pode ir por causa do trabalho. Quando entramos na sala a médica ficou toda ressabiada achando que ela fosse uma doula. Essa médica não tem um pingo de delicadeza para lidar com essa situação e também não sabe nem disfarçar que está insegura.



domingo, 12 de abril de 2015

Corrida Oba - 12/04/2015

Acho que essa vai ser a última corrida de rua grávida. Se não estou enganada foram 6 corridas desde que engravidei:
14/09/2014 - meia maratona das cataratas - 21km - 5 semanas de gestação

28/09/2014 - corrida da integração - 10km - 7 semanas de gestação


19/10/2014 - V Volta Unicamp - 10km - 10 semanas de gestação

30/11/2014 - Track & Field Run Series - 10km - 16 semanas de gestação

07/03/2015 - Corrida da Lua - 6km - 28 semanas de gestação

12/04/2015 - Corrida Oba - 6km - 35 semanas des gestação


É uma pena que não tiveram mais corridas durante esse período, mas até que deu para correr bem. O mais curioso é ver como as pessoas ficam impressionadas quando me vêem correndo. Ficam perguntando se eu vou correr mesmo.
Várias pessoas pedem para colocar a mão na minha barriga e ficam perguntando se estou bem. É um barato. Várias pessoas também vieram me desejar uma boa hora. Nunca tinha ouvido isso, depois entendi que costumam falar isso para as mulheres que estão se aproximando do parto.
E se alguém me falar que ele é cardiopata porque eu corri? Não é bem assim. Tenho visto vários outros casos de cardiopatia e não tem nenhuma relação mesmo com o que mãe fez. Converso com essas mães e pergunto várias coisas para elas para ver se encontro um padrão, mas não tem.
"Vocês correm?"
"Vocês fazem ioga e ficam de cabeça para baixo?"
"Vocês comem muito cogumelos?"
"Vocês nadam ou fazem musculação?"
"Vocês gostam de ler?"
"Vocês programam em java"
Nenhuma delas fez metade das coisas "malucas" que faço. Muito pelo contrário, cada uma leva uma vida completamente diferente da outra. Encontrei todas elas na internet e montamos grupo no whatsapp. Todas tomaram ácido fólico, todas cuidam muito bem da alimentação, todas são ótimas pessoas. Adoro conversar com elas e conhecer suas histórias. É claro que não desejo isso para ninguém mas é bom ter alguém que entenda o que estou passando. Eu espero que todas essas gestações tenham finais felizes, mas ainda é tudo um mistério. Estou percebendo que não tem como ter certeza de muita coisa quando o assunto é uma criança que ainda não nasceu, mesmo com toda tecnologia que existe hoje.

sábado, 11 de abril de 2015

Coisas boas acontecendo

Aconteceram várias coisas boas nos últimos dias. Algumas coisas eu nem sonhava que pudessem acontecer e me surpreenderam bastante.
Talvez eu só tenha mudado o foco das coisas mesmo. É melhor quando prestamos mais atenção nas coisas boas que acontecem e sempre tem algo bom acontecendo.
Hoje estávamos na festa de um ano do sobrinho do Felipe e foi um barato lá. Várias famílias com seus filhinhos. Fiquei um tempo olhando e pensando quando terei o meu correndo de um lado para o outro também.
Bruna pensando: "Será que com o Dário vai ser assim?"
De repente apareceu uma criança no meu colo. Uma menina linda de 7 meses. Nem me lembro quanto tempo fazia que não pegava uma criança no colo. Que delícia que é segurar um bebê! Fiquei um bom tempo segurando ela e parei com os pensamentos negativos.
O mais engraçado foi que vários casais vinham conversar com a gente e falavam algo do tipo: "O fulano nasceu de 39 semanas" ou "O beltrano nasceu de 37 semanas".  Conforme o número ia ficando menor os olhos do Felipe iam se arregalando. É que já estou de 35 semanas e ouvir essas coisas assusta um pouco mesmo.
No final veio uma moça conversar com a gente. Ela sabe que o Dário é cardiopata mas eu não sabia que ela também era. Já a conheço há algum tempo, desde antes dos filhotinhos dela nascerem. Hoje ela tem um casal de filhos lindos. Ela tem uma irmã gêmea que não é cardiopata.
Logo que veio conversar comigo sobre a história dela ela já foi me mostrando a cicatriz da cirurgia.
Bruna pensando: "Eita, é verdade mesmo."
Quando elas nasceram a irmã dela começou a ganhar peso e ela não. A mãe delas foi percebendo a diferença das duas e logo notou que havia algum problema. Levaram no médico e descobriram que ela nasceu com CIV. Ela foi operada com 6 meses, a cirurgia demorou porque ela havia perdido peso, depois pegou pneumonia e por aí foi indo. Sempre que era para operar acontecia alguma coisa. Mas, no final das contas deu tudo certo e hoje ela tem uma família linda.
Abracei ela duas vezes e agradeci muito por ela ter vindo conversar comigo e ter contado tudo isso. Fiquei mais empolgada.
Eu já havia desencanado de tudo antes disso, mas fiquei mais feliz depois dessa conversa. Ela é linda, está ótima, tem uma família linda com filhos lindos.
Outra coisa bacana foi que recebemos as fotos do ensaio que fizemos. Adorei demais isso. Ganhamos de presente de uma super amiga e foi um super presente. Vale muito a pena presentear alguém com algo assim porque não tem como a pessoa não gostar. Escolhemos fazer o ensaio na unicamp, que foi o local que nos conhecemos. O fotográfo é muito bom e fez um ótimo trabalho. Abaixo tem algumas fotos.





 


 
 
Eu tenho mesmo é que curtir minha gestação, não? Claro que tenho! Passei anos imaginando como seria estar grávida e hoje estou aqui com um filho crescendo dentro da minha barriga. Tenho que aproveitar isso. Sempre achei que minha barriga ia ficar lotada de estrias mas não apareceu nada, e ela cresceu demais!
Agora, os peitos cresceram meio milímetro cada e apareceram 3 estrias em cada um. Fiquei pasma quando vi. Vai entender o corpo da gente. A pele nem esticou tanto nessa região e as estrias apareceram.
Tudo fica diferente quando assumimos uma postura diferente diante das situações. Chega de ficar me abalando com o que os médicos dizem, não vale a pena isso. Não preciso gastar energias com coisas negativas. Só preciso mudar o foco. 
 
 
 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Visita à Maternidade

Contei mais de 120 pulinhos ritmados da barriga nesta noite. Foi legal que o Felipe estava junto e pode sentir também.
Felipe: "Como você sabe que é ele soluçando?"
Bruna: "É a única explicação."
A noite sonhei que Jesus Cristo estava na terra curando pessoas. Eu tinha um filhinho que havia nascido sem boca, então eu levava o menino para pedir que ele tivesse uma boca para que pudêssemos conversar.
De manhã fomos visitar a maternidade. Fomos bem recebidos e tivemos uma boa impressão do lugar. Só que não pude conhecer nenhum médico plantonista para tirar dúvidas mais específicas que a recepcionista não soube responder.
A maternidade não fica muito perto de casa não. Também tem o problema do trânsito. Dependendo do horário pode levar mais de meia hora até lá.
Descobri que quando estiver na UTI ele só vai poder receber visitas dos pais e avós. Outra coisa que eu não sabia é que na UTI eles deixam o bebê só de fralda descartável. No máximo colocam uma touca, uma meia e uma luva.
Então não preciso levar uma mala de roupas para ele. Vou levar muitas fraldas, isso sim. Também preciso levar produtos de higiene pessoal para mim, além de camisola apropriada para amamentação.
A recepcionista disse que posso conhecer um médico plantonista numa consulta. Vou fazer isso, chegar lá e pedir uma consulta para ouvir o coração do bebê. Não tenho garantia nenhuma de que o plantonista que me atender nesse dia será o mesmo que estará lá caso eu chegue em trabalho de parto, mas eu gostaria de conhecer um plantonista mesmo assim para poder tirar certas dúvidas.
Não quero o parto com a obstetra porque ela se assustou com os problemas do bebê. Não me transmitiu segurança e não foi delicada comigo. Me falou coisas absurdas por telefone, como que ele poderia morrer na barriga, que se não morresse antes de nascer seria um transtorno devido à todas as cirurgias necessárias após o parto. Um monte de coisa desnecessária e que não tinha como ela prever. Fiquei dias em choque, com medo de ele estar morto na minha barriga. Cheguei a ir num pronto socorro para pedir para ouvir o coração dele e ter certeza que ele não havia morrido.
E se o plantonista também se assustar? Então eu troco 6 por meia dúzia, mas sem gastar os 5.000 reais com essa obstetra. Mas eu vou ter uma doula também, acho que vai ajudar muito. Vou tentar ir para a maternidade só nos finalmentes, quando o bebê estiver a caminho mesmo.
Dizem que a cabeça conta muito na hora do parto. Não vou me assustar com nada, o que me preocupa mesmo é o cuidado que ele vai receber após nascer. Lá tem cardiologista e UTI neonatal, então ele estará seguro.
Ainda estou fisicamente ótima. Estou emocionalmente mais equilibrada porque passou o susto da ultrassom morfológica. Não quero me aborrecer com nada, só quero curtir as semanas de gravidez que me restam. Estou de 34 semanas e ainda consigo fazer a invertida do ioga, ou seja, ainda possuo bastante consciência corporal. Tirei a foto abaixo hoje antes de sairmos para irmos a maternidade.







segunda-feira, 6 de abril de 2015

Soluços

Como o tempo está passando rápido! Minha barriga está enorme e parece que ele não fica quieto nunca. O mais maisal é que parece que ele está sempre soluçando, porque a barriga fica sempre dando uns "pulinhos" ritmados. Acho que a única explicação para esses pulinhos é o soluço mesmo, o que é muito legal.
Para ele não deve ser muito legal porque soluço sempre incomoda e dá para ver que ele começa a se mexer demais quando começa a soluçar, mas eu acho um barato isso porque dizem que o soluço é um excelente exercício para o bebê.
Ele se mexer tanto também é muito saudável. Deve ser um exercício de musculação e tanto o que ele faz.
Consegui filmar uma parte dele soluçando. A barriga dá os pulinhos ritmados e depois ele começa a se mexer demais, deve estar incomodado com o soluço. Dá para ver a barriga se mexendo. Não sou eu estufando a barriga! Nem consigo fazer os movimentos que aparecem no vídeo porque são dele mesmo.
Coloquei o vídeo abaixo para quem quiser assistir, tem quase 1 minuto e meio mas ele fica soluçando mais tempo que isso.



Como ver e sentir isso e acreditar que o guri tem algum problema? Difícil, né? Está enorme, firme e forte. Para alguns médicos ele já teria tido morte súbita várias semanas atrás. 
Será que ele é mesmo um cardiopata? Será que ele tem mesmo lábio leporino e fenda palatina? Não me agrega nada de bom ficar gastando energia agora com esses assuntos. Tenho mais é que curtir minha barriga.