domingo, 29 de novembro de 2015

Alimentação


Quem vê essa foto do Dário se alimentado e não conhece toda a sua história não faz ideia do que isso representa para mim.
Havia tanta descrença sobre ele conseguir se alimentar e ele está aqui, se alimentando e exibindo suas dobrinhas.
Está um pouco abaixo do peso mas essa alegria toda não deixa dúvidas de que está super bem. 
Todos os remédios que ainda toma devem afetar o ganho de peso. Ainda está tomando diurético, dizem que é para não encharcar o pulmão, por isso que dão em doses tão agressivas no pós operatório de cirurgia cardíaca.
Diurético seca o bebê. Sempre acho ele sequinho. 
O gosto ruim do remédio na boca também faz com que ele rejeite alimento por um tempo após tomá-lo. Tem que fazer uma agenda de horários de remédios, dormida e alimentação. Isso é impossível. Ainda mais com todas as consultas durante a semana atrapalhando tudo. Sempre compromete o horário de uma fruta, mamada ou refeição. 
Mas ele precisa dessas consultas todas. Precisa de fisioterapia por conta do tempo que ficou no hospital, precisa da fono por causa da fissura, precisa da cardiologista por conta da cardiopatia, precisa da pediatra e das vacinas. 
Logo não vai precisar de mais nada disso tudo, nem de remédio. 
Acho um barato a foto abaixo após ele comer papinha de beterraba. Alguém pode olhar e achar pura meleca mas eu só vejo excesso de gostosura.
Agora estamos melhor instalados no apartamento após a mudança mas ainda tem muita caixa para ser esvaziada. Pelo menos estão todas juntas num canto só sem atrapalhar nada. Só é ruim quando não encontramos algo mas o que é essencial já está quase tudo fora delas. 
Embora não tenhamos o máximo de conforto que podemos ter, para mim é como se o ano estivesse começando agora. Acabou todo estresse e aflição do hospital. 
Do tempo que ficamos no hospital construímos várias amizades para a vida toda. 
Decerto que tinha que ser assim mesmo. 
Tanta coisa inesperada aconteceu nesse ano mas ele vai terminar melhor do que eu imaginava. Muitas coisas boas sendo construídas, entre elas a minha família. 
Muitos casamentos terminam por conta de situações menos intensas que as que passamos mas nós nunca brigamos por nada. Nunca houve qualquer forma de desrespeito e agressão verbal. Muito menos física. Isso torna as coisas mais suportáveis. 
Tudo se torna mais fácil quando temos as pessoas certas do nosso lado.
O Dário e o Felipe merecem o melhor de mim porque são minha família e essa família tem que continuar dando certo. Já passamos por tanta coisa juntos e isso só nos uniu mais. 
Ainda estamos sem internet e meu 3G não funciona muito bem nesse bairro mas vou tentar registrar melhor as coisas.
Também vou tentar responder todas as mensagens. Prometo.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Mudança

Mudança sempre é um transtorno.
Sexta de manhã viemos para fazer faxina no apartamento. Estava com muita sujeita por conta do piso novo. Eu e o Felipe nos revesamos entre cuidar do Dário e limpar o apartamento.
Passamos a tarde toda colocando nossas coisas em caixas e parecia que as coisas iam se multiplicando e não acabava nunca. Cada hora apareciam mais e mais caixas e ainda tinham muitas coisas para encaixotar. Como a gente acumula bagunça!
Já era de madrugada e fomos derrotados pela exaustão. Deixamos muitas coisas sem encaixotar.
No sábado de manhã o caminhão chegou e em meia hora os homens já tinham carregado tudo. Eram 4 homens. Eu peguei o Dário e sai cedinho para a casa de uma prima do Felipe.
E o resto das coisas que não conseguimos por em caixas? Ficou para irmos buscando aos poucos de carro. Que besteira isso! Já foram umas 10 viagens de carro e não termina nunca. Estou quase desistindo de tudo o que falta lá. O mais importante a gente já trouxe mesmo.
E, nesses últimos dias tem chovido bastante, daí fica complicado ter que trazer essas coisas. O Felipe está trabalhando e vai ou bem cedo, antes do trabalho, ou bem tarde para tentar terminar com isso para entregarmos a casa. E nada disso terminar.
E a bagunça no apartamento? Um monte de caixas para todo lado. Uma bagunça sem fim. Ainda por cima, estamos sem chuveiro e metade das tomadas e lâmpadas não funcionam. O Felipe estava quebrando a cabeça tentando fazer oo chuveiro funcionar até descobrir que a instalação elétrica do apartamento é de duas fases e o relógio está ligado com uma só. Por isso que metade do apartamento não funciona.
Ficamos até ontem sem máquina de lavar e fogão. A geladeira ficou um dia desligada porque dizem que é importante. Enquanto isso as roupas se acumularam e o fogão foi substituído por várias gambiarras.
Se o Dário dorme eu vou correndo tentar colocar as coisas no lugar. Agora que ele está comendo ele dorme bem mais. Não sei o motivo, eu fico até preocupada. Se ele almoça ele quer dormir a tarde toda. O tempo frio e chuvoso também faz com que ele durma mais. Então deu para ajeitar as caixas, mas desencaixotar não.
Nem tem como fazer isso ainda. Na casa que morávamos os armários eram embutidos e aqui a gente ainda não tem armários. Essas caixas vão fazer parte da nossa vida por um bom tempo.
O Dário ainda está com vacinas atrasadas. Durante os três meses que ficou no hospital ele não tomou vacina nenhuma. As vacinas estão sendo dadas aos poucos a cada semana. Até agora não teve nenhuma reação. Ainda bem. Se der qualquer reação eu ficaria perdida sem saber se é alguma coisa da cirurgia ou da vacina. Se levar nos médicos aqui em Campinas acho que vão ficar com tanto medo que vão achar que é do coração também.
No beneficência portuguesa já era assim. Qualquer chorinho eles já pensavam que era problema por conta do coração.
Dário precisa começar a falar logo! Daí ele explica direito o que está sentindo.
Eu fico maluca querendo que ele mame mas depois que começou a comer ele não quer saber mais de leite. Nessa semana eu estava insistindo um pouco para ele mamar e ele deu um grito tão alto que eu assustei.
Além do grito ele começou a gargalhar. É um barato. O grito não é um barato, mas é uma novidade. Ele estava bravo porque não queria mamar.
Amanhã vamos fazer um teste com uma babá. Desde antes de o Dário nascer que estamos precisando de muita ajuda mas sempre somos só nós correndo atrás de tudo. Estou torcendo muito para dar muito certo para eu poder voltar a trabalhar.
O Dário sempre tem várias consultas durante a semana e não tem como o Felipe ir em todas. Se ele for ele não vai trabalhar mais. Já basta eu não estar trabalhando mas sempre é muito difícil de sair sozinha com o Dário. Espero que a babá possa me ajudar com isso também. Faz muita falta alguém comigo sempre. Mas precisa ser uma pessoa esperta que não se impressione com tudo. Que não tenha medo de dar comida e que não entre em pânico caso o Dário vomite ou faça côco.
Esse pânico é bem comum nas pessoas e isso me tira do sério. Não agrega nada e não me passa segurança nenhuma. Não posso confiar em uma pessoa que entra em pânico só porque ele peidou. E se acontecer algo sério de verdade? A pessoa tem uma parada cardíaca e não consegue cuidar dele.
Eu preciso manter a cabeça no lugar sempre. Tem gente que não tem noção, fica com tanto drama como se o mundo fosse acabar. E se eu perco a cabeça, quem vai cuidar do Dário? E se eu começar a ficar com medo também? Será que não pensaram nisso?
É por isso que sou uma grossa. Não estou em condições de engolir coisas. Não posso me arriscar porque tenho que cuidar da cria. Já ouvi coisas desagradáveis demais. O Dário precisa de mim bem.
Estou longe de ser uma pessoa agradável mas vou me esforçar com a babá porque quero muito que dê certo.







quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Preparação para mudança

Eu sou uma mãe bem diferente de todas as mães que imaginei que seria. Isso porque nunca imaginei que iria parir o Dário.
Não tinha como saber de nada mesmo e eu me tornei a mãe que acho que ele precisa.
Acho que ele precisa dessa mãe e eu preciso dele para aprender tantas e tantas coisas.
Uma vez uma amiga me disse que nunca tinha imaginado que uma criança com uma fissura pudesse ser tão linda. Eu nunca tinha imaginado que ouviria isso e fiquei tão impressionada com a capacidade dela amar e admirar uma criaturinha assim!
O Dário é encantador mesmo. Eu não sei se a fissura realça o olhar mas ele tem o olhar intenso sempre. Hipnotiza as pessoas. Daí ele abre aquele sorrisão rachado e não há quem resista.
Essa criatura tem uma ligação tão forte comigo! Fico feliz. Eu sempre falava para ele não confundir a mãe dele com nenhuma enfermeira do hospital e deu certo.
Agora em casa eu fico o tempo todo numa correria tentando colocar tudo em ordem. Ele fica me acompanhando de um lado para o outro e sorrindo.
Estamos no meio de uma mudança e isso parece bem insano. Eu precisava de um descanso mas tem coisa que é melhor resolver logo. E tem mais, isso tira o foco da próxima cirurgia do Dário.
Ontem eu estava sonhando que tomava um café com uma pessoa que não conheço mas que sempre manda mensagem aqui no blog. Eu conversava com ela e pensava no rumo que as coisas haviam tomado.
Eu só queria ter um filho e tive O Filho!
E há uma ligação tão forte entre o Dário e todas as pessoa que nem o conhecem mas que torceram tanto por ele! Tem hora que eu penso que tudo deu certo por causa dessa torcida toda. Muita gente de coração enorme mandando energia positiva.
Pensamento tem força.
Nós estávamos tomando café e o Dário me acordou. Ele ainda está se adaptando. Foi muito tempo com a sonda atrapalhando tudo.
Coisas extremas aconteceram no tempo que ficamos no hospital. Coisas que nunca tinha imaginado que aconteceriam. Fico tentando encontrar um dia mais absurdo que o dia que o levei e deixei na mesa de cirurgia mas parece que todos os dias anteriores tinham sido só estágio para esse. Preparação.
Coloquei ele na mesa e o sedaram. Ele começou a chorar com a máscara de gás sedativo mas logo apagou. Dei um beijo nele com uma tensão absurda em cima de mim. Foi horrível.
Já dei infinitos beijos de alegria no Dário depois desse dia. Ele ri, é um barato.
No tempo que ficamos no hospital nós compramos um apartamento. Nessa semana colocamos o piso e vamos nos mudar no sábado. Isso não é fantástico? É para equilibrar as coisas, como diz o Felipe. Finalmente conseguimos sair do aluguel. O Dário vai para um lugar melhor, crescer e fazer arte. Correr para todo lado fazendo bagunça. Tudo muito diferente do que alguma vez sonhamos mas muito melhor do que poderíamos imaginar.


















quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Primeiro corte de cabelo!



Foi o Felipe que cortou!






Comprando frutas


Ficou parecendo um rapazinho!













Calor

O Dário está cada dia maior e esperto. Percebo a evolução a cada dia mesmo.
O peso dele está um pouco comprometido por conta dos 3 diuréticos que está tomando. Também tem o fato que ele está se adaptando a vida sem a sonda novamente. O volume de leite que até stw ingerindo ainda é menor que o que recebia através da sonda.
Ontem ele provou abacate e foi demais. Ele não chorou, ficou rindo e comeu numa boa. Fez sujeira mas não tem choro foi uma novidade. Ele até abria a boquinha quando via a colhe chegando.
O resultado disso foi que ele dormiu por horas e horas. O abacate é uma fruta bem pesada e ele ainda topou um mamadeira após comer.
O calor veio com tudo agora. O Dário e o Felipe são super calorentos, é só esquentar um pouco que o suor começa a brotar na testa. Eu comecei a surtar aqui.
Isso porque para o Dário desidratar é muito fácil. Ele está com os diuréticos e o volume de leite diário ainda está comprometido por conta dessa fase de adaptação sem a sonda. Se ele começa a transpirar demais eu já começo aa ficar preocupada.
Aqui em casa não tem ar condicionado e eu nem acho que é bom para bebês. Tive que dar um banho nele nessa madrugada porque ele não conseguia dormir mesmo estando aó de fralda e com o climatizador ligado. Só assim para ele voltar a dormir.
Agora o sono dele já está mais regrado. Com a sonda ele dormia a noite toda, depois que tirou o esforço para mamar era tanto que ele não conseguia mamar dormindo. Antes de usar a sonda ele mamava tranquilamente dormindo.
Nos primeiros dias sem a sonda ele não estava tolerando volumes altos de leite. Ficava sempre bem pouco, daí ele ficava com fome logo. Eu tinha que dar leite para ele de hora em hora, até a noite.
Agora ele já está dormindo mais espaçado porque consegue ingerir mais de 100ml por vez. Tem mamada que chega até a 150ml.
Eu sempre oferto a mamadeira e insisto nela até ele não querer mais. Daí eu termino na seringa. Não sei por que ele prefere tomar o leite na seringa. Ele sempre toma todo o leite na seringa rapidinho.
Vou tentar dar suco de laranja lima. Por conta da questão da desidratação e tal. Só para ter mais líquido entrando. Tomara que ele goste.
Outro problema desse carlozão é que ele sempre traz bichos. Já vi barata aqui e tenho medo de ir no berço. Lá sempre tem cheirinho de leite. Quando voltamos do hospital a casa estava num estado inacreditável de sujeira e eu fiquei desesperada de entrar com o Dário dentro. Foram dias arrumando e limpando tudo e ainda tem coisa para arrumar.
Outro problema constante são os marimbondos. Aqui tem demais. Fico de olho no Dário o tempo todo.
Ainda bem que vamos nos mudar daqui. Jalá encaixotei muita coisa para a mudança mas o grosso ainda está por vir. O Felipe está correndo atrás de todas as coisas do apartamento que vamos morar. Tem sido bem desgastante mas lá vai ser bem melhor e logo tudo isso terá acabado.
São as coisas que eu queria ter feito antes do Dário nascer mas que não tive cabeça por conta do rumo que a gestação tomou. Queria ter mudado de casa antes.





domingo, 8 de novembro de 2015

6 meses!

Que alegria saber que ele está completando 6 meses assim, com uma vitória gigantesca da correção cardiológica que precisava fazer.
O que são 3 meses perto da vida toda que ele tem pela frente? Foram 3 meses no hospital mas agora acabou.
O Dário completou 6 meses no dia 6/11/15. Fico olhando para essa criaturinha e pensando em tudo o que ele já passou.
Agora estamos em casa e ele já está bem mais tranquilo. A única coisa chata é que está tomando vários remédios ainda, mas a tendência é que a cardiologista vá retirando eles.
Esses remédios são bem chatos de preparar. Tem sempre que pegar um comprimido e diluir em quase sempre 5ml de água. Depois tem que pegar uma seringa e tirar a dose que ele deve tomar. Essa dose varia de 0,5 a 1,5ml. O resto do remédio diluído tem qje ser desprezado porque disseram que vira água depois de um tempo. O hospital joga muito remédio fora por causa disso.
É nítido que ele perdeu peso. Ficar tanto tempo com a sonda fez um estrago e tanto. Mas aos poucos ele vai retomando o ritmo.
Tento dar bastante fruta para ele mas parece que ele só gosta de mamão. Odiou banana e maçã. Vou tentar abacate.
O Dário está cada dia mais risonho e esperto. É uma delícia acompanhar seu desenvolvimento em casa, como tem que ser.
É muito gostoso quando as pessoas chegam para revê-lo e ficam super felizes. Fica óbvio que é tudo sincero, que ele é super querido. Fico super feliz.
A gente sofreu demais com todo esse tempo no hospital mas foi necessário. Não tem como saber quanto tempo o coração dele aguentaria batendo errado. Foram duas cirurgias super arriscadas mas era para ele sair delas mais forte e perfeito.
Ontem nós fomos em um borboletário. Foi muito legal. Quero muito que ele tenha muito contato com a natureza. Também fomos em uma festa de aniversário de um amiguinho! Quando a mãe dele nos chamou ainda estávamos no hospital e ainda tinha a dúvida se poderíamos ir ou não nela. Que alegria poder estar lá com o Dário! Foi a primeira festa de muitas que ele participará. Em breve será a festa dele.





De que tanto que você ama a mamãe?


Não quero mais comer isso!







quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Sobre a alta do Beneficência Portuguesa

Na segunda do feriado de finados eu estava super na expectativa do Dário receber alta e irmos para casa. A cardiologista de plantão passou e disse que ela não estava autorizada a dar alta e que a cardiologista que poderia fazer isso não tinha ido ao hospital. Ela tinha dito que talvez iria e não foi.
Fiquei super chateada.
Quando foi a tarde eu desci para comprar alguma coisa para comer. Com a minha amiga me ajudando a cuidar do Dário ficou bem mais fácil sair para comer.
Fui ao restaurante de dentro do hospital mesmo. Peguei uns salgados e estava voltando para o quarto quando vi um dos cardiologistas da equipe do dr. José Pedro saindo do hospital e falando ao celular. Ele me viu. Estava para passar pela catraca da saída.
Ele voltou e veio conversar comigo.
"Para você fica melhor ir hoje?"
Eu ri. Não é possível que ele precisava perguntar isso para ter certeza. E outra, quando eles dão alta a gente não precisa sair correndo do quarto, pode ficar até o dia seguinte sem problemas.
Ele estava conversando no celular com a cardiologista que poderia dar a alta, a cardiologista do Dário. Ela tinha perguntado para ele se tinham dado alta para o Dário.
"Como assim?"
Todos falam que só ela pode dar alta e daí ele me vem com essa.
Ele voltou até o andar da pediatria só para dar alta para o Dário.
"É verdade mesmo? Posso chamar o Felipe para vir nos buscar?"
"Não, é pegadinha."
"Fica esperto que eu sou mais alta que você. Esse tipo de pegadinha não se faz."
Eu liguei para o Felipe. Ele chegou em uma horinha. Ninguém acreditou que ele tinha saido de Campinas mesmo. Ele foi voando.
O tal do relatório de alta vão mandar por email.
"Eu nunca vi uma alta tão rápida."
Em menos de duas horas já estávamos no corredor esperando o segurança para nos levar para sair.
Várias pessoas foram se despedir do Dário.
O Dário é marcante.
Nos despedimos da galera e fomos embora.
O Dário foi do hospital até Campinas me encarando sem piscar dentro do carro. O que será que ele estava pensando? Fiquei conversando com ele e nada dele mudar a expressão.
Quando chegamos em casa eu quase caí de costas. Bagunça é apelido para o que encontrei. E era a casa inteira.
A sensação de deitar na minha cama depois de 3 meses dormindo num sofá de hospital é indescritível.
O Dário ainda está estranhando tudo, acho que não lembrava mais de casa. Ficou olhando desconfiado. Logo ele não se lembrará mais do hospital.
Estou super feliz. Acabou.
Já já estaremos em janeiro e o Dário vai para a segunda etapa, a da correção da boca.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Em casa!!!!!!!!!!!!




Estamos em casa!!! Estou colocando minha vida pessoal em ordem!
Logo eu volto aqui para contar detalhes da nossa volta!
Muito obrigada a todos pelo carinho e apoio durante esses três meses.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Ilusões

Ontem a cardiologista de plantão passou e disse que talvez a cardiologista do Dário passaria hoje para dar alta porque ele não precisa mais ficar no hospital.
Fiquei super na expectativa. Por que ela me diria isso se ela não fosse vir? Elas sabem o tanto que estou ansiosa para ir embora logo.
Me encher de expectativas para depois não vir? Melhor ficar quieta. Se ela vier antes sem ter avisado eu fico no lucro.
Mas ela não veio. Ficou para amanhã mesmo. Pura ilusão de que iríamos hoje.
Era pouco provável que ela viesse no feriado mesmo.
Todas as coisas que temos aqui não caberiam numa única viagem de carro. O Felipe foi hoje cedo para Campinas e levou tudo o que não era totalmente essencial. Ainda assim ficou muita coisa.
O peso do Dário ficou assim desde que tirou a sonda:
Hoje: 6,960
01/11/3015: 6,960
31/10/2015: 6,815
30/10/2015: 6,900
29/10/2015: 7,015
28/10/2015: 7,000

Ele perdeu bastante peso logo que entrou a mamadeira e tirou a sonda mas depois ganhou e manteve. Tomara que amanhã ganhe alguma coisa.
É um tapa na cara de muita gente que falava que ele não conseguiria mamar e comer. Está mamando e comendo fruta super bem. Hoje de manhã comeu meio mamão papaya todinho. Nem fez tanta sujeita quanto da primeira vez. Depois ainda mamou toda a mamadeira.
Quando veio a primeira mamadeira várias pessoas ficaram entrando no quarto para ver se ele ia mamar mesmo. Fiquei indignada. A gente precisava de paz.
Depois filmei ele mamando para verem que eu não estava jogando o leite fora.
A primeira mamadeira deu trabalho, ele tinha ficado mais de dois meses sem mamar. Quem visse tudo o que tive que fazer para ele aceitar iria falar para não mandar mais mamadeira porque ele não iria mamar nunca.
Em dois dias já estava mamando tudo pela mamadeira e ganhando peso. Uma mãe em dois dias fez o que duas fonos em dois meses não fizeram.
Quando a fono externa veio o Dário já estava mamando belezinha. Ainda assim foi ótimo ela ter vindo. Ela não ficou no meio do fogo cruzado dos médicos, cada um querendo se intrometer na alimentação do Dário com opiniões super divergentes. Ela fez o que ela viu que dava para fazer e evoluiu isso no prontuário dele. Disse que ele tem capacidade de mamar e comer. Isso foi ótimo.
Quero comprar um carrinho de correr com o bebê. Vou participar de todas as corridas de rua do ano que vem com o Dário. Mesmo que esteja chovendo.
Ele não vai ser tratado como um doentinho. De jeito nenhum. Vamos fazer muitas coisas juntos.