segunda-feira, 27 de junho de 2016

Avanços

Eu deveria ter escrito na semana passada porque nela aconteceram duas coisas muito boas.
Desde que o Dário operou o coração ele não quis mais ficar deitadinho no meu colo nem no colo de ninguém. Sentia muita falta de quando ele era bebezinho e eu dava leite para ele no meu colo e depois ele dormia. Isso nunca mais tinha acontecido.
Não sei exatamente o motivo, só desconfio. Imagino que a cirurgia deve ter deixado a região do tórax dele bem sensível e qualquer manipulação devia incomodar muito. Talvez a posição atravessado deitado no meu colo não era mais tão confortável assim.
Desde que comecei a levá-lo na osteopata ela tem dito que da forma como costuraram o peito dele ficou repuxando mais para um lado. Por isso que quando ele começou a sentar ele se sentava arqueado para o lado. Também ficava com os ombros bem caídos para frente.
Essa cirurgia do coração é uma cirurgia bem agressiva mas ela foi totalmente necessária.
A osteopata começou a trabalhar nessas aderências da cirurgia. Aos poucos os tecidos do tórax foram ficando mais soltos. A cicatriz já está bem mais leve. Ele senta mais ereto. Agora ele deita no meu colo, mama e dorme, todo confortável.
Imagino que foi isso que aconteceu. Finalmente tenho meu bebê de volta deitadinho e dormindo nos meus braços! Fiquei super feliz. Nunca tinha deixado de tentar isso antes mas ele sempre esperneava e se contorcia evitando deitar no meu colo. Eu ficava triste mas ele devia ter seus motivos.
Agora ele fica todo gostoso no meu colo. Uma delícia.
Bom, essa foi a primeira novidade da semana passada, a segunda é que ele voltou na cardiologista para fazer ecocardiograma e ele está super bem. Ela retirou o último medicamento que ainda estava tomando, a espironolactona. Fiquei super feliz.
Quando um bebê faz uma cirurgia como a que o Dário fez no coração o seu tórax pode não se desenvolver direito. Isso porque as costelas são serradas e costuradas e isso prejudica o seu desenvolvimento.
Umas coisa que eu não havia pensado é que isso pode exercer mais pressão no coração. A osteopata tem trabalhado muito nesse sentido, de retirar as aderências nessa região para devolver a mobilidade e garantir que ela vai se desenvolver bem.
Queria que todas as pessoas conhecessem a osteopatia. Tem ajudado demais o Dário. Infelizmente não é algo muito conhecido.
Felizmente temos profissionais dessa área aqui.
Queria que toda criança pudesse receber um tratamento tão bom quanto o que o Dário tem recebido. Nos deparamos com muitos médicos ruins mas também com muitas pessoas muito competentes e super dispostas a fazer o melhor por nós.
Vivo de amores pelo Dário. Não tem como não se apaixonar por ele.

 Com bandagem no tórax para ajudar a retirar as aderências da cirurgia


Meu capirinha



segunda-feira, 6 de junho de 2016

Um susto

Desde que o Dário operou a correção da fissura do lábio ele começou  acumular alimento nessa região. Pior é que eu não tinha noção do tanto de comida que estava ficando dentro da narina até ele soltar um espirro que disparou um jato de comida de várias refeições.
Tenho tentado limpar com soro sempre. 
Quando ele está comendo a comida começa a sair pelas narinas. Até que todo o palato esteja fechado será assim. O palato duro ainda está aberto. 
Na semana passada observei que o Dário estava com sono super agitado. Tentei de tudo para descobrir o motivo. Não era frio, calor, fome nem dor. 
Fui dormir com ele para tentar entender melhor. 
Com essa mudança e tempo vira e mexe ele está com um pouco de tosse com secreção. Não muita, ele sempre consegue tossir forte e limpar bem a garganta. 
Estava dormindo com ele quando a respiração começou a ficar pesada e difícil por conta da secreção. Talvez por causa de resíduos de alimento também, não sei. 
Do nada o guri parou de respirar. Ficou alguns instantes sem respirar, até que despertou choramingando, voltou a respirar e a dormir. 
Juro que eu estava achando que o sono agitado era por conta de pesadelos, mas não é. Ele está parando de respirar enquanto dorme. 
Quando ele parou de respirar fiquei só observando. Maluca mas precisava ver o que iria acontecer. 
E se eu não estivesse alí?
Foi um susto sim mas foi bom descobrir porque eu estava escutando ele tão agitado durante a noite. Do meu quarto eu consigo escutar quando ele desperta choramingando e quando entro no quarto dele para ver o que houve ele já voltou a dormir. 
Os cuidados são redobrados agora, principalmente na higienização  das narinas. Ele não gosta, ninguém gosta de jogar soro no nariz, mas é importante. 
Dário está muito bem, ainda está tomando espironolactona, mas é uma dose super baixa. Além da espironolactona ele toma três medicamentos antroposóficos, infludoron, cor argentum d8 e cor aurum d8. 
Além do acompanhamento  com o médico antroposófico eu tenho levado o Dário na osteopata. Ela tem trabalhado muito nos tecidos operados para retirar as aderências da cicatrização e ajudar que eles se desenvolvam bem.
A cirurgia do coração faz com que a região do tórax não se desenvolva direito. Perde muita mobilidade das costelas que foram serradas e costuradas. Até a respiração dele fica mais difícil e pesada. A osteopata consegue manipular essas regiões de forma a devolver essa mobilidade. 
Ela também mexe no lábio. Faz os movimentos certos para proporcionar que ele se desenvolva de forma mais simétrica, inclusive o nariz. 
Sou super apaixonada pela medicina integrada. Adoro esses profissionais que pensam foram da caixinha e analisam tudo ao redor do paciente. Felizmente aqui em Campinas tem vários profissionais excelentes e felizmente eu posso levar o Dário para ser tratado com eles. 
Por isso que fiz questão de voltar a trabalhar. Para poder proporcionar um melhor tratamento ao Dário. 
Sofremos demais com profissionais incompetentes. Só ter um diploma não é o suficiente. 
A rotina de retorno ao trabalho é difícil, requer muita adaptação  e eu estou cheia de paranóias. Fico achando que estão todos olhando para mim e esperando o momento que vou subir na cadeira e começar a gritar. 
Tudo foi muito difícil sim, todos sabem disso. Foram meses no hospital e várias cirurgias de risco.
Mas estou tentando me convencer que não enlouqueci e que vai dar tudo certo. Que essa rotina vai fluir bem.