segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A pandemia continua

Tanto tempo, tanta coisa, tantas mudanças. 
Estamos em isolamento desde Março. Já estamos quase entrando em Novembro. 
As crianças mudaram muito. Cresceram, se desenvolveram e se transformaram. 
No começo foi muito difícil, não fomos capazes de olhar para esse tempo e espaço e enxergar o que fazer com ele. Nunca tínhamos passado tanto tempo dentro de casa, tanto tempo juntos. É uma convivência extrema e limitada. 
Fomos todos nos modificando e nos adequando à pandemia. 
A que mais se adaptou foi a Selena. Ela hoje consegue ficar bem durante o dia. Enxerga muitas possibilidades dentro deste apartamento. Fica bem sozinha, pinta, desenha, dá banho nas bonecas, troca de roupa, brinca com água, assiste desenhos, brinca de massinha e assim por diante. Gosta de brincar sozinha, é bem independente. 
O Dário é mais grudado. Às vezes quer brincar com a irmã mas ela não quer, então ele chora. Explico que ele tem que respeitar a irmã. Ela não quer brincar com ele, tem que respeitar. Peço à ele que pense em outra coisa para fazer. 
"Sei que você está triste porque você quer brincar com ela e ela não quer brincar com você. Mas você pode fazer outra coisa, o que mais você gostaria de fazer?'
Tem que ter muita paciência com eles. Eles tem só a mim e ao Felipe agora, somos o mundo deles. Eles não tem mais os amigos e familiares para descontrair. Esse isolamento prejudicou muito as relações. Essa pandemia prejudicou muito tudo isso. 
Então repenso cada atitude. Respiro fundo. É difícil, estou muito cansada. Estamos equilibrando casa, trabalho e filhos sem rede de apoio. 
Amo demais minha família mas precisava muito de um tempo para mim. Tento não descontar meu esgotamento neles mas sou humana. 
Me esforço muito para repensar cada atitude, conversar muito com eles, deixar claro que os amo. 
Vivemos em uma sociedade opressora. Comportamentos opressores passam desapercebido, não causam espanto. Repenso cada ato, cada palavra, cada gesto para que as crianças não sejam oprimidas o tempo todo. 
Elas precisam de amor. Amo demais meus filhos, quero que eles tenham o melhor de mim. 



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