quinta-feira, 19 de março de 2015

Cardiopatia e fissura lábio palatina

Cerca de 1% dos nascimentos é de uma criança cardiopata. Existe, inclusive, vários casos de gêmeos em que só um dos bebê é cardiopata. 
Aproximadamente 1 em cada 650 nascimentos é de uma criança com fissura lábio palatina. 
Qual a probabilidade de se ter um bebê com os dois problemas? 
O cirurgião cardíaco disse que pode ser que ele tenha uma síndrome chamada DiGeorge. Depois que eu pensei se essa síndrome não teria aparecido no cariótipo. Devia ter pensado nisso para ter tirado a dúvida na hora. Ele disse que quando tem essa síndrome nasce sem uma glândula chamada timo, que quando fosse operar o coração, ao abrir o peito do Dário ele vai poder ver se ele tem o timo.
Bruna: "Mas pera, não dá para ver isso no ultrassom? Só abrindo o peito dele mesmo??".
Médico: "Agora você me pegou."
Peguei nada. Hora que eu pegar alguém vai ser para partir a pessoa em mil pedaços. Do jeito que eu estou estressada. 
Bruna: "E quais são as chances de ter um segundo filho cardiopata?"
Médico: "Dobra. De 1% vai para 2%. Ainda assim é pouco, mas dobra."
Pouco o escambau. Era de 1% e aconteceu comigo e ainda tem a fissura no lábio. 
Enquanto isso ele vai crescendo. Mexe demais. Tenho sentido um pouco de dor nos ligamentos da virilha. Dói a noite quando viro de um lado para o outro na cama. Os ligamentos vão se afrouxando mesmo para preparação para o parto. Todos os ligamentos do corpo ficam assim, por isso que dizem para não fazermos atividades físicas de impacto, como correr. 
O colostro nunca mais saiu. Não sei o que houve, mas já tem vários dias que sumiu. Será estresse? Não sei, só sei que não adianta me falar para eu ficar calma. 
Estou me irritando com tudo, fico me controlando para não explodir. Me sinto uma monstra quando começo a me irritar. Odeio quando me perguntam: "Tudo bem?"
Não sou uma monstra? Mas sempre que me perguntam isso eu olho para a pessoa e penso que não, não está tudo bem porque ele não está bem e ninguém sabe o que vai acontecer quando ele nascer, se ele vai resistir fora da barriga.  
Pode me chamar de monstra sim, tem horas que eu me acho assim mesmo porque não consigo me controlar. Por isso que tem horas que prefiro ficar sozinha. 

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