quinta-feira, 26 de março de 2015

Meus sonhos

Ele estava agitado nesta noite. Acordei com ele mexendo muito. Coloquei as mãos na barriga e fiquei sentindo a minha barriga se deformando conforme ele se mexia.
Entre uma cochilada e outra eu sonhava que estava deitada na beira de uma praia sentindo e olhando minha barriga se mexer conforme ele se movia lá dentro.

"Você está crescendo rápido."

De manhã estava relembrando esse e outros sonhos que já tive. Alguns sonhos são sonhos repetidos, eles se repetem por anos e anos.
O primeiro e mais antigo é o de que estou num quarto parindo. De repente um menino pula de dentro da minha barriga e vai engatinhando em direção à porta. Quando chega na porta ele se levanta, vira, se despede de mim e vai embora caminhando.
Esse sonho é tão antigo, a primeira vez que me recordo de tê-lo sonhado eu ainda morava na casa dos meus pais e eu fui embora de lá com 17 anos. Hoje estou com 30 anos e ele já se repetiu várias vezes.
Tem outro sonho repetido, um pouco diferente desse mas que envolve nascimento e não sai mais da minha cabeça.
Lembro que quando meu irmão caçula nasceu eu estava com 13 anos. Minha mãe estava com 36 anos, era seu quarto filho e ela teve vários problemas na gestação dele. Quando ele nasceu ela me falou que achava que se ela engravidasse novamente ela morreria.
No sonho a minha mãe aparece grávida do seu quinto filho. Ele nasce, é um menino que nasce cheio de problemas. Eu sempre vou vê-lo, chego a pegar no colo com medo por ser tão delicado devido aos seus problemas. Mas, logo alguém vem me falar que ele faleceu.
Eu já perdi a conta de quantas vezes esses sonhos já se repetiram. Ambos são de muito antes de eu engravidar e eu já pensei muito neles desde que engravidei.
A noite, enquanto ele se mexia eu pensava que queria poder fazer algo para garantir que ele vai nascer bem. Tudo que eu posso fazer eu faço, mas não há garantia de nada.
Fiquei muito tempo com medo de não conseguir gostar dele ou de não achá-lo bonito. Várias mães tem filhos lindos e perfeitos e não conseguem gostar deles. E se eu for uma mãe assim? Que espécie de monstro eu seria?
Mas, enquanto ele se mexia eu sentia uma coisa tão louca, uma vontade de enorme de pegá-lo para um abraço bem apertado.
Acho que vai ser impossível não gostar dele.

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