domingo, 8 de fevereiro de 2015

Depressão?

Felipe: "Duvido você subir numa árvore."
Bruna: "Ah é???"


Mas como foi que chegamos nesse ponto? Uma grávida de quase 7 meses subindo numa árvore. E o marido do lado dando corda... não são dois inconsequentes?


Quem viu pensou isso mesmo, dois inconsequentes. Mas ninguém sabe de nada.
Esse Felipe é um cara super quieto e observador. Não deixa passar nada, presta atenção em tudo. É incrível, quantas vezes ele chegou e disse que eu estava irritada por um motivo ou outro e eu nem tinha percebido que estava irritada ainda. Impressionante. Ele me entende mais que eu.
Hoje, pela primeira vez em quase 8 anos juntos, ele foi me acordar perto do meio dia depois de ter feito o almoço. Enquanto almoçávamos ele já foi falando de sairmos. Fomos ao parque ecológico de Campinas, fizemos uma trilha de 3 km e ainda subi numa árvore! Passei minha infância inteira em cima das árvores da fazenda. Eu subi em todas as árvores e ninguém subia melhor que eu. Eu ainda conseguia subir numa árvore e pular de uma árvore para a outra. Então eu subia por uma árvore e descia por outra, tipo uma macaca mesmo. Até hoje eu adoro subir em árvores.
Mas, por que ele fez isso? Será que se eu só estivesse grávida e não tivesse mais nada acontecendo eu teria dormido até quase meio dia? Acho que não, tinha dormido bem a noite e eu sempre acordei por volta das 5 da manhã. O corpo acostuma a acordar cedo. Mas tem algo estranho acontecendo e eu tenho medo de entrar em depressão.
A pessoa começa a ficar demais em casa, dormir demais, perder o interesse de fazer as coisas que gostava.
Tem muita coisa que ele não entende mas ele é perfeito mesmo assim. Logo que soubemos dos problemas do bebê ele esfriou um pouco, parou de fazer carinho na minha barriga. Mas ele não pensou que isso fosse me chatear. Conversei com ele e expliquei que eu ainda estou grávida e preciso que ele continue agindo como antes. Expliquei que o bebê ainda é nosso filho e ele ainda está aqui. Ele entendeu.
Depois ele começou a falar que se não der certo e perdermos mesmo o bebê, ele gostaria de já tentar outro em seguida. Fiquei meio chateada de novo mas depois pensei que ele não entende porque não é no corpo dele mesmo. Expliquei para ele que eu preciso de um tempo, que é diferente. Também tem toda a alteração hormonal e eu acho que ainda vão acontecer muitas coisas pesadas para nós dois. Vai ser necessário um tempo mesmo.
Eu estou até pensando em adotar uma criança, mas ele também acha que devemos tentar novamente antes de partir para adoção. Vamos ver como as coisas vão caminhar.
A única coisa que eu sei é que ficar esse final de semana com ele foi ótimo. Subir numa árvore então, nem se fala! Se o bebê vai morrer ao nascer mesmo ele tinha que sentir como é estar em cima de uma árvore mesmo que dentro da minha barriga.


Muitos casamentos terminam por causa de problemas muito menos delicados que esse. Nós dois queríamos muito um bebê. A primeira reação foi procurar o motivo de tudo isso estar acontecendo. Mas não devemos procurar culpados. Não devemos ficar intolerantes um com o outro por conta dessa situação toda. É natural ficarmos estressados mas não devemos descontar um no outro mas sim buscar apoio um no outro. Assim tem sido.
Eu sempre brinco que ele é um Felipe insensível mas, na verdade, ele é um Felipe perfeito.



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