segunda-feira, 4 de maio de 2015

Empurrãozinho

As coisas acontecem de um jeito impressionante. Eu querendo que ele ficasse todo o tempo possível dentro da minha barriga e agora ele tem que nascer ou nós dois morremos.
Esse era o empurrãozinho que eu precisava para aceitar que ele tem que nascer.
Como diz um sábio amigo meu: "O que é um peido para quem está cagado?".
Tive insônia a noite. O Felipe estava dormindo num sono bem pesado. Abracei ele e fiquei sentindo o seu cheiro.
"Que cheiro de Felipe gostoso!"
"Não."
Eu sempre falo isso e ele sempre responde isso. Dessa vez só pensei para não acordá-lo. Hoje ele trabalha, melhor ele dormir bem.
Não que eu não vá trabalhar. E que tipo de trabalho vem por aí eu desconheço. Mas ao menos um de nós dormiu.
Voltei a dormir só quando estava amanhecendo. Quando acordei de novo estava tarde e o Felipe já tinha ido.
Sonhei com um menino fraquinho no meio de uma multidão de meninos caminhando. Ele tropeçava e caia, então era pisoteado pelos outros.
A consulta será às 13 horas, então encomendei o gás de cozinha para fazer comida durante a manhã. Amanheceu chovendo, até parece história de filme, não é? E hoje vira a lua também. Tudo para dar um toque cinematográfico nessa história.
Vou revisar as malas, a minha e a dele. Também vou passar as roupas que lavei ontem. Vou me preparar.
Ontem uma amiga me disse que quando ela foi ter o bebê dela não a deixaram comer. Eu vou virar uma fera se não puder comer. Odeio passar fome. Fui no supermercado ontem e comprei tudo o que quero levar para comer durante o parto.
Se alguém me proibir de comer eu vou ter que sair correndo de lá. É insano isso, deixar a mulher passar fome. Que coisa mais estúpida. Não adianta falar que não vou sentir fome porque sempre sinto.



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