sábado, 30 de maio de 2015

O coração

As pessoas falam para não deixar o filho dormir na cama dos pais para ele não se acostumar mas é tão gostoso! Só que de vez em quando eu consigo escutar o coração dele batendo e fico preocupada. Mas se não estivesse tudo bem ele não estaria dormindo tranquilamente.
É que o coração do recém nascido bate muito rápido. Quando ele estava com o monitor cardíaco na maternidade eu via que a freqüência ficava sempre em torno de 150 batidas por minuto. Eu achava estranho mas era igual a dos outros bebês e as enfermeiras diziam que estava certo.
Quando ele começava a chorar ia para quase 200 por minuto, eu ficava desesperada, mas estava normal também, segundo as enfermeiras.
Ontem a pediatra disse que o coração dele tem vários problemas que convivem em equilíbrio. Um meio que compensa o outro. É uma coisa bem maluca, porque o coração dele ainda vai evoluir, então tem problema que se sumir o coração deixa de funcionar bem. Bem do jeito dele. Ela fez um desenho e me mostrou tudo.
Eu meio que tenho um bloqueio para entender essas coisas do coração dele. Na maioria dos casos relacionados à saúde a ignorância é uma bênção. Deve ser complicado ser da área da saúde e ter algum problema no próprio corpo. A pessoa deve pensar de tudo e mais um pouco com base em tudo o que ela já sabe.
Eu não quero ficar me desgastando mais. Quando falaram que ele poderia ter a síndrome de DiGeorge eu pesquisei algumas coisas e fiquei super preocupada achando que ele tinha problema nos olhos. Felizmente ele não tem nada, mas todo esse estresse pode fazer o leite secar.


Felipe: "Como nós vamos fazer quando ele operar?"
Bruna: "Como assim?"
Felipe: "Ele não vai poder chorar desse jeito, vai abrir tudo os pontos."

Eu nunca tinha pensado nisso. Não sei como é nesse caso. A gente se preocupa com tanta coisa e depois descobre que dá para inventar mais coisas para se preocupar.

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